Estamos a apenas 1 mês de uma Black Friday histórica, que tem tudo para ser a maior do país. A temporada de compras também terá um novo marco - o início do Pix, solução do Banco Central, capaz de oferecer muitas vantagens tanto para varejistas, quanto consumidores, que o utilizarem como meio de pagamento neste fim de ano. Com o aumento das transações online, impulsionadas pela pandemia, processadores de pagamentos precisarão tratar a aprovação de compras de usuários confiáveis de outra forma. Isto para garantir uma boa experiência ao consumidor, em uma época tão intensa de ofertas, que será memorável.
A pandemia da Covid-19 fechou lojas físicas durante meses e isso obrigou varejistas e consumidores a mudarem seus hábitos. A quantidade de aberturas de e-commerce quintuplicou durante este período. Segundo a ABComm, até a segunda quinzena de Março, mensalmente eram registrados 10 mil pedidos de abertura de e-commerce, esse número saltou para mais de 50 mil por mês de Abril a Maio deste ano. O consumidor aderiu. Enquanto o crescimento do faturamento do e-commerce em 2019 foi de 22,7%, a projeção para 2020 é que cresça impressionantes 38%,segundo a eBit Nielsen. Sendo que a expectativa para a Black Friday deste ano seria de um crescimento de 27%.
A pandemia por si só já causou uma revolução no comércio eletrônico global e brasileiro. Contudo, o Banco Central do Brasil já vinha a alguns anos preparando o lançamento do Pix, o sistema de pagamentos instantâneos, que promete ser tão transformador dos hábitos de consumo quanto o distanciamento social. Entre tantas outras mudanças, uma das grandes renovações será a morte do boleto.
O golpe do sequestro de estoque
Imagine a seguinte situação: um recém-lançado e-commerce consegue negociar um ótimo preço na compra de um grande estoque de smartphones. Ele dará desconto de até 50% para atrair e tornar-se conhecido entre novos consumidores. Em apenas um transação, todo seu estoque é comprado na madrugada da sexta para o sábado. O pagamento em boleto, com compensação em até 3 dias úteis fará com que a loja online receba o valor da compra só na quinta-feira da semana seguinte. Este comerciante pode ter sido vítima do, já famoso na Black Friday, golpe do "sequestro de estoque", uma grande desvantagem oferecida apenas quando o boleto é usado como método de pagamento. Ainda assim, 75% dos brasileiros preferem pagar por este meio. É alarmante para o e-commerce o dado que mais de 50% dos boletos emitidos não são pagos. Histórias como essa são comuns, além do fato de que um boleto custa entre R$3 e R$5 para ser emitido, fazem com que o Pix, virtualmente de graça e com a transferência instantânea de valores, seja uma alternativa muito interessante para o varejo eletrônico.
O consumidor idôneo poderá sair ganhando com essa mudança. Quando pagar com o Pix não precisará esperar o período de compensação do boleto para poder ter sua mercadoria saindo do estoque para ir à sua casa. O varejo, que terá um custo para receber pagamentos via Pix muito mais baixo do que para a emissão de um boleto, poderá até oferecer descontos ou cashback para o consumidor. O único perdedor da história será mesmo o boleto.
Entre tantas novidades desse novo modelo , que detalhei mais neste outro texto, uma das mais importantes diz respeito ao padrão oferecido pelos processadores de pagamento. É a transferência monetária feita em até 10 segundos. Uma preocupação que todas as instituições cadastradas no Pix devem ter é em como reduzir seus riscos de tentativas de fraude em tempo real. Por conta da limitação dos 10 segundos, verificações manuais dos pagamentos não serão possíveis na maioria dos casos, exigindo o uso de soluções mais modernas de prevenção à fraude. Costumo dizer que o sistema mais seguro de todos é aquele que não deixa ninguém entrar, portanto o equilíbrio entre segurança e a boa experiência para usuários idôneos será essencial. Como a instantaneidade do pagamento é uma das maiores vantagens do modelo, os processadores que travarem muitos usuários legítimos deverão ver maiores taxas de abandono e menos retenção.
Os modelos tradicionais de detecção de fraude buscam pelos fraudadores, e com isso, muitos bons usuários são travados e pagam o preço. Dados preocupantes do MIT mostram que para cada fraude detectada, 5 transações legítimas são barradas. Estes usuários buscarão alternativas que dêem preferência para sua boa experiência, em aplicativos de pagamentos que não os tratem como criminosos.
É por isso que os processadores deveriam, preferencialmente, buscar identificar seus bons usuários ao invés dos maus. Aquelas instituições que escolherem buscar as transações legítimas e deixá-las passar ao mesmo tempo impondo barreiras apenas para fraudadores, serão as grandes ganhadoras com a chegada do Pix.
Conheça mais sobre a solução da Incognia para prevenir fraudes instantâneas no Pix.