A pandemia de Covid-19 transformou diversos aspectos das nossas vidas e isso inclui a forma como realizamos e recebemos pagamentos. Para parte da população, ter uma conta bancária facilitou muito o recebimento do auxílio emergencial, e o uso de dinheiro em espécie passou a ser evitado devido ao alto risco de contaminação. A chegada do Pix surge como alternativa bem vinda para uma sociedade que ainda depende muito de cédulas e moedas, mas ainda existem alguns desafios a serem superados antes de ele se tornar o método preferido dos brasileiros. Apresentamos aqui o potencial do Pix no Brasil e quais serão os principais obstáculos que as instituições devem enfrentar.
De acordo com um relatório da Deloitte sobre os impactos econômicos dos sistemas de pagamento instantâneo, a adoção em grande escala desse método está ligada a fatores como: ampla disponibilidade do serviço, acesso à banda larga no país, penetração de dispositivos móveis e experiência do usuário.
O acesso à banda larga no Brasil também tem se mostrado um obstáculo cada vez menor. De acordo com um estudo do Comitê Gestor da Internet (CGI) publicado em 2019, cerca de 74% da população com 10 anos ou mais já tem acesso a internet, e 99% desses usuários se conecta pelo celular. Ou seja, o cenário atual brasileiro se mostra propício para que o Pix se popularize rapidamente, substituindo outras formas de pagamento.
Com a possibilidade de realizar transferências de forma mais rápida e sem custos para a pessoa física, a estimativa é que os bancos e empresas de processamento de pagamentos por maquininha de cartão percam uma receita de cerca de R$19 bilhões por ano. Esse valor corresponde às arrecadações de tarifas de transferências de TED e DOC, uso de terminais de autoatendimento, taxas de transações de cartão e tarifas para gerar boletos de pagamentos.
Por outro lado, a oferta do Pix tem muitos benefícios potenciais, incluindo a atração de novos clientes para as instituições, a redução de custos para a manutenção de caixas eletrônicos, reduzindo a necessidade de contratar empresas para transporte de dinheiro em espécie e menor evasão fiscal. Para se ter uma ideia, o Banco Central gastou R$ 90 bilhões com transporte, armazenamento e segurança de cédulas só em 2019. Com a pandemia de Covid-19, por questões sanitárias, a necessidade de reduzir a dependência do dinheiro em espécie se intensificou ainda mais.
Atualmente, o Brasil conta com cerca de 45 milhões de pessoas sem conta em banco, o que representou um grande desafio na hora de receberem o auxílio emergencial do governo. Além disso, o dinheiro em papel oferece um risco maior de contaminação ao entrar em contato com várias pessoas e pelo fato de o vírus causador de Covid-19 ser capaz de sobreviver por 28 dias no dinheiro em espécie. Com o Pix, as pessoas poderiam realizar o pagamento em lojas e receber o auxílio do governo pelo próprio celular em questão de segundos.
Ao redor do mundo, o conceito de “cashless society” (uma sociedade sem dinheiro em espécie) já tem se tornado tendência.
O número de transações sem papel-moeda em 2013 foi de 357,8 bilhões em todo o mundo; em 2018, esse número aumentou para 620,8 bilhões. Na Suécia, as cédulas representam apenas 2% da economia, e a expectativa é que elas tornem-se totalmente obsoletas no país até 2023. Mas, enquanto a média anual de transações sem papel-moeda por pessoa na Suécia é de 529, essa taxa cai para 166 no Brasil.
Dentre os países europeus, o Reino Unido é o que lidera o ranking de transações sem dinheiro em espécie. Ainda assim, há muitas discussões sobre o que isso significa para cerca de 1,2 milhão de desbancarizados do país. Durante a pandemia de Covid-19, muitos estabelecimentos passaram a recusar o pagamento com cédulas e moedas, o que intensificou a polêmica sobre o quão inclusiva seria uma sociedade apenas com pagamentos digitais.
No Brasil, essa população de desbancarizados sobe para 45 milhões; um número que não pode ser simplesmente ignorado. Grande parte dessas pessoas vivem em locais em que há pouco (ou nenhum) acesso à internet, com limitações de infraestrutura e uso de tecnologias. Além disso, existe um fator cultural, considerando que muitas pessoas preferem continuar utilizando cédulas e moedas pela falta de familiaridade com a tecnologia e receio de perder dinheiro em golpes.
Mesmo aqueles que já utilizam a tecnologia diariamente e realizam transações digitais com frequência podem sentir-se inseguros com a ideia de uma sociedade sem dinheiro em espécie por preocupações relacionadas à privacidade.
Entre as diversas análises de como seria uma “cashless society”, um argumento comum é de que isso significaria que o dinheiro seria totalmente digital e, portanto, totalmente rastreável e controlável. O acesso às informações financeiras das pessoas também daria maior poder às instituições, podendo abrir espaço para discriminação.
A boa notícia é que o Banco Central parece estar de olho nesses desafios. Apesar de o Pix exigir conexão à internet quando for estreado, o Banco Central já está estudando a possibilidade de oferecer o serviço sem a necessidade de internet, como um QR Code armazenado no celular do usuário e que seria escaneado pelo comerciante.
Já em relação às preocupações com segurança para quem tem pouca familiaridade com novas tecnologias de pagamento, ficou estabelecido que as instituições financeiras é que serão responsáveis pela segurança das transações.
Com isso, todas que se cadastraram para oferecer o Pix se viram obrigadas a buscar soluções para reforçar seus sistemas de segurança para garantir a fidelidade dos clientes.
Por isso, para que as empresas sejam capazes de superar os desafios mencionados acima, um dos pontos principais será a experiência do usuário. Aqueles que já cadastraram suas chaves no Pix estão em busca de conveniência, portanto, tornar o processo o mais fácil possível será o primeiro passo para atingir os clientes atuais e aqueles que ainda não estão familiarizados com a tecnologia.
Além da facilidade, uma boa experiência também inclui segurança e privacidade. Para convencer os mais céticos, os provedores de serviços de pagamentos devem buscar soluções que atendam à LGPD e sejam capazes de evitar fraudes ao mesmo tempo em que preservam a identidade do usuário. Para a Pix, o melhor exemplo disso é a biometria comportamental por localização de Incognia, uma solução sem fricção para os usuários que previne fraudes mobile. Funciona em segundo plano com dados dinâmicos em tempo real, prevenindo a fraude instantânea do QR code para usuários e comerciantes usando o Pix. A inteligência de localização cria uma identidade digital privada baseada no comportamento de localização dos usuários, sem utilizar dados pessoais e é perfeita para o Pix, uma vez que compara o local aonde foi feito o pagamento e o histórico de localização do dispositivo.
O Pix veio para mudar a forma como instituições, empresas e consumidores realizam transações. No entanto, ainda é cedo para afirmar que ele será capaz de eliminar todos os outros métodos de pagamento. Há diversos desafios que devem ser levados em conta, e as instituições financeiras devem estar preparadas para superá-los, de modo a garantir que o Pix seja, de fato, a opção mais fácil e segura para o cliente.
Saiba mais sobre a solução da Incognia para o Pix, que previne fraudes instantâneas em pagamentos com QR Code.